A Ribeira do Porto é um dos locais mais antigos e típicos da cidade Porto, em Portugal.
Localizada na freguesia de São Nicolau, junto ao Rio Douro, a Ribeira do Porto faz parte do Centro Histórico da cidade do Porto, Património Mundial da UNESCO. É, actualmente, uma zona muito frequentada por turistas e local de concentração de bares e restaurantes.
Na Ribeira do Porto merecem destaque a Praça da Ribeira, popularmente também conhecida por praça do cubo; a Rua da Fonte Taurina, uma das mais antigas da cidade; o Muro dos Bacalhoeiros e a Casa do Infante, onde se crê que tenha nascido o Infante D. Henrique, em 1394. Foi nesta zona do Porto que viveu uma das figuras mais carismáticas da cidade, o chamado Duque da Ribeira, conhecido por ter salvo várias pessoas de morrer afogadas.

Barcos Rebelo, transportam as pipas de vinho do Porto.
As profundas mudanças da vida portuense durante o século XIX provocaram a deslocação progressiva do centro da vida social, política e de negócios da cidade da área da Ribeira do Porto e São Domingos para a Praça Nova e suas imediações, que adquiriram crescente importância. Como consequência, as sedes de empresas, seguros e bancos, ligados à burguesia mercantil e financeira, procuram também instalar-se junto dos novos arruamentos de melhor acessibilidade (Rua Nova da Alfândega, Rua de Ferreira Borges, Rua de Mouzinho da Silveira) ao centro emergente. Do ponto de vista social e demográfico, assiste-se à gradual transferência das famílias ricas para locais mais amplos e aprazíveis; e à sobre-ocupação habitacional, acelerada pelo crescente afluxo de gentes do campo atraídas pelo despontar da industrialização, verificando-se uma acelerada degradação das condições higiénicas e de salubridade na Ribeira do Porto, designadamente nos bairros da Lada e do Barredo. Por fim, a construção de um porto artificial em Leixões em 1895, que vai sendo ampliado ao longo do século XX, acabou por marginalizar definitivamente esta zona histórica, conduzindo-a a uma gradual decadência e degradação.
No entanto, a partir de meados da década de 1970, em grande parte graças às iniciativas desenvolvidas pelo Comissariado para a Renovação Urbana da Área de Ribeira/Barredo (CRUARB), pôs-se em prática um ambicioso plano de recuperação e revitalização da Ribeira do Porto. A actividade desenvolvida pelo CRUARB foi também decisiva para a apresentação da candidatura do Centro Histórico do Porto à UNESCO para classificação como Património Cultural da Humanidade, em 1991. Enquadrado neste renascimento da Ribeira, abriram-se numerosos bares e restaurantes, tornando-a num ponto de encontro para a animação nocturna.
Por ocasião do Porto 2001 – Capital Europeia da Cultura, foram remodelados o pavimento e o mobiliário urbano entre a Ponte D. Luís e o Cais da Estiva, segundo uma intervenção projectada pelo arquitecto Manuel Fernandes de Sá. A Ribeira é hoje o postal ilustrado do Porto e uma das zonas mais visitadas da cidade.
As ruas estreitas e sinuosas, com vista para Gaia, as arcadas sombrias, casas típicas com fachadas coloridas de outros tempos, a sua arquitectura urbano-ribeirinha, rodeada de cafés e lojas fazem desta uma das principais zonas turísticas da cidade.
Animação diurna e nocturna, e um cosmopolita movimento conferem ao Cais da Ribeira e a toda a zona envolvente um ambiente único de história, tradição, animação e beleza.